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A fábula do coelho e sua tese de Doutorado

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Hoje de manhã me lembrei da fábula do coelho e sua tese de mestardo ao responder um e-mail de uma amiga, e enquanto arrumava minha filha pra levá-la pra creche pensei: porque não deixá-lo no blog? Esta fábula me ajudou a rir e sair de uma crise existencial durante o meu mestrado. Sugiro a todos aqueles que estiverem chorando em frente ao computador, que leiam e riam um pouquinho antes de ir chorar debaixo do chuveiro.
Tenho certeza que muuuuuita gente vai se identificar com o coelhinho… principalmente a galera que tá fazendo o trabalho de conclusão de curso.

A Tese do Coelho
“ Em algum lugar da floresta, num lindo dia ensolarado, o coelho saiu da toca com um notebook pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois, passou ali uma raposa que viu o coelhinho suculento tão distraído no trabalho. Ela ficou intrigada com o fato de trabalhar tão arduamente. Aproximou-se e perguntou:
– Coelhinho, o que você está fazendo tão concentrado?
– Estou redigindo uma tese de doutorado – disse o coelho, sem se desviar do laptop.
– Huummm… e qual é o tema da tua tese? – perguntou a raposa.
– Ah, é uma teoria provando que coelhos os são verdadeiros predadores naturais das raposas – explicou, desinteressadamente, o coelho.
A raposa ficou indignada com a resposta:
– Ora! Isso é ridículo! Nós é que somos predadores de coelhos!
– Absolutamente!! Venha comigo à minha toca e eu lhe mostro minha prova experimental – respondeu corajosamente o coelho.
Então, o coelho e raposa entram na toca. Poucos instantes depois, ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, rosnados, grunhidos e, depois, silêncio.
Em seguida, volta o coelho sozinho; mais uma vez, retoma trabalhos da tese, como se nada tivesse ocorrido.
Meia hora depois, passa um lobo. Ao ver apetitoso coelhinho tão distraído, agradece, mentalmente, à cadeia alimentar, por estar com jantar garantido. No entanto, o lobo, também, acha muito estranho um coelho trabalhando tão concentrado. Resolve, então, saber de que se trata aquilo tudo, antes de devorá-lo.
– Olá, jovem coelhinho! O que faz trabalhar tão arduamente?! – disse.
– Minha tese de doutorado, seu lobo. Trata-se de teoria que venho desenvolvendo há algum tempo; meu trabalho prova que nós, coelhos, somos grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive de lobos.
O lobo não se contém e farfalha em risos da petulância do coelhinho.
– Há! Há! Há! Há! Há! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito! Nós, lobos, é que somos genuínos predadores naturais de coelhos! Aliás, … – nisso interrompe o coelho.
– Desculpe-me, seu lobo, mas, se você quiser, posso lhe apresentar minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me até à minha toca?
O lobo, mal conseguindo acreditar em sua boa sorte! Além de uma refeição fácil, ainda poderia dormir tranquilo em uma toca confortável. Mais do que satisfeito, o lobo seguiu o coelho e desapareceu toca adentro,.
Alguns instantes depois, ouvem-se uivos desesperados, agonizantes, ruídos de mastigação e… silêncio.
Mais uma vez, o coelho retorna sozinho, intacto; volta ao árduo trabalho de redação da tese de doutorado, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho, vê-se enormes pilhas de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas, e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro de duas delas, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado, sonolento, a palitar os dentes.

MORAL DA ESTÓRIA

Não importa quão absurdo é seu tema da tese.
Não importa se você não tem mínimo de fundamento científico.
Não importa se seus experimentos nunca provam sua teoria.
Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra mais óbvios bons sensos…


Só o que importa mesmo É QUEM É SEU ORIENTADOR!!!! “

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