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Displasia do Desenvolvimento ou Luxação Congênita do Quadril? Entenda a diferença

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Introdução

Conforme avança a nossa compreensão sobre algumas doenças, eventualmente torna-se necessário rever alguns termos médicos, dois exemplos que se relacionam com a fisioterapia são: a substituição do termo “Paralisia Cerebral” por Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (afinal de contas, o cérebro não fica “paralisado”); e a substituição do termo “asma induzida pelo exercício” por broncoespasmo induzido pelo exercício (parece bobo, mas não faz sentido dizer que a atividade física causa asma). Atualmente existe a tendência de substituir o termo “Luxação Congênita do Quadril” por “Displasia do Desenvolvimento do Quadril”.
Essa mudança na terminologia ainda não é unânime e, portanto, ainda gera algumas confusões entre estudantes e profissionais.
Para tentar minimizar esse problema, resolvi pesquisar e escrever uma postagem a respeito.
Boa leitura!

Definindo Luxação e Displasia do Quadril

A Luxação Congênita do Quadril, como o próprio nome diz, refere-se a perda do contato articular da cabeça do fêmur com o acetábulo identificada no parto ou no período neonatal.

Já a Displasia do Desenvolvimento do Quadril é um termo usado para descrever uma alteração na congruência articular entre o fêmur e o acetábulo, e que faz com que a articulação fique instável. Sendo um pouco mais específico, podemos dizer que displasia do quadril refere-se a uma anormalidade no tamanho, na forma e na orientação anatômica da cabeça do fêmur, do acetábulo, ou de ambos.

É importante destacar que a Displasia do Desenvolvimento do Quadril possui gravidade variável, podendo haver desde pequenas alterações que podem passar despercebidas por um longo período até luxações francas, nas quais o quadril já nasce totalmente luxado.

O porquê da confusão entre os dois termos

Classicamente a Luxação de quadril é identificada no período neonatal por meio de dois testes ortopédicos específicos: Os testes de Barlow e Ortolani. Além disso, quando era identificada uma luxação de quadril na criança recém-nascida, a luxação era atribuída a algum evento isolado ou intercorrência durante o parto (como por exemplo uma apresentação pélvica e o tracionamento da perna do bebê durante o parto).

Entretanto, desde que o ultrassom foi introduzido como exame de imagem para avaliar e identificar a Luxação de Quadril na infância, observou-se que muitas das crianças com o diagnóstico de Luxação Congênita de Quadril, também apresentavam quadris displásicos ( congruência imperfeita entre a cabeça do fêmur e o acetábulo ). Diante dessa constatação, os médicos se viram diante do clássico dilema do ovo e da galinha: – O que vem primeiro, a luxação do quadril ou a displasia?

Afinal, o que vem primeiro?

Embora a literatura classicamente descreva a Luxação Congênita do Quadril como uma condição causada por um evento no momento do parto, hoje já se sabe que existe uma associação entre o desenvolvimento inadequado da articulação coxo-femoral, e que talvez este desenvolvimento inadequado seja o principal fator que predispõe à luxação articular.
Generalizando: Embora ainda não hajam pesquisas robustas sobre o tema, parece que para que um quadril sofra uma luxação, o principal fator é a displasia da articulação.

Espero que essa postagem ajude.

REFERÊNCIAS:

www.sbquadril.org.br/displasia-de-desenvolvimento-do-quadril/

Displasia do desenvolvimento do quadril e luxação displásica do quadril

Ultrasonography of the pediatric hip and spine

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