A região cervical da coluna vertebral é formada por sete vértebras e estende-se da base do crânio (osso occipital) até a primeira vértebra torácica. A principal função da região cervical é fornecer mobilidade e estabilidade à cabeça enquanto a conecta à coluna torácica (a qual é relativamente imóvel). A coluna cervical possui uma curva lordótica fisiológica.
Três das sete vértebras que formam a coluna cervical são classificadas como atípicas; essas vértebras são C1, C2 e C7. As duas primeiras vértebras cervicais, C1 e C2 são vértebras altamente especializados e recebem nomes diferenciados: atlas e axis, respectivamente. A vértebra C7 não possui denominação diferenciada, embora seja conhecida como a vértebra proeminente.
C1 (atlas)
Atlas é a vértebra cervical mais superior e se articula superiormente com o occipital (a articulação atlanto-occipital) e inferiormente com o áxis (a articulação atlantoaxial). A articulação atlantoaxial é responsável por 50% de toda a rotação cervical; e a articulação atlanto-occipital é responsável por 50% da flexão e extensão.
A vértebra atlas possui o formato que lembra um anel. Esse anel é delimitado por um arco anterior espesso, um arco posterior fino, 2 massas laterais proeminentes e 2 processos transversos. O forame transverso, por onde passa a artéria vertebral, é circundado pelo processo transverso.
C1 possui três características distintas:
[1] Massas laterais em vez de um corpo vertebral
O atlas não possui corpo vertebral – este foi absorvido por C2 (axis), para formar o processo odontóide. Em vez de um corpo vertebral, C1 possui duas massas lateraisas quais substituem o corpo em sua capacidade de carga. Nessas duas massas laterais estão as facetas articulares atlantais superiores, que se articulam com os côndilos occipitais; e as facetas articulares inferiores do áxis.
[2] Tubérculos anterior e posterior
O atlas também possui tubérculos anterior e posterior muito distintos para a fixação dos ligamentos. Interessante notar que além de não possuir corpo vertebral, a vértebra atlas também não possui processo espinhoso. No lugar do processo espinhoso está o tubérculo posterior.
[3] Faceta para o processo odontóide (dens) de C2
C1 tem um pequeno sulco chamado faceta para o processo odontóide (dente) de C2. A face posterior do arco anterior possui uma faceta para articulação com o processo odontóide do áxis, que é mantida no lugar pelo ligamento transverso, atravessado entre dois tubérculos, que se projetam das faces internas das massas laterais.
C2 (axis)
A segunda vértebra cervical é o áxis. Seu corpo vertebral é formado pela fusão com o corpo vertebral do atlas para formar o processo odontóide (ou dente do axis), que é completamente separado do atlas. Como mencionado anteriormente, o processo odontóide do axis articula-se com o arco anterior do atlas através de sua faceta articular anterior e é mantido no lugar pelo ligamento transverso. O axis também se articula com o atlas por meio de suas facetas articulares superiores, que são convexas e voltadas para cima e para fora.
C1 e C2 formam um conjunto único de articulações que proporcionam um grande grau de mobilidade para o crânio. Graças ao processo odontóide, o atlas é capaz de girar em torno do axis, formando a articulação atlantoaxial.
C7
C7 é a vértebra cervical mais inferior e possui duas características distintas que lhe garantem o status de vértebra atípica.
A primeira é que ao contrário das demais vértebras cervicais, a artéria vertebral não atravessa o forame transverso. Embora seu processo transverso possua um forame, nele passa apenas a veia vertebral acessória.
A segunda é que essa vértebra possui processo espinhoso particularmente longo e projetado para baixo, por causa dele, C7 também é conhecida como a vértebra proeminente. Com a flexão do pescoço, o processo espinhoso de C7 pode ser localizado e palpado com facilidade, sendo um importante ponto para a anatomia palpatória da coluna.
