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Atelectasia Pulmonar, Breve Revisão Etiológica.

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O termo atelectasia é derivado do grego “ateles” (imperfeito) e “ektasis” (expansão), portanto refere-se à uma condição de expansão incompleta do pulmão. A atelectasia pulmonar é definida como um colapso do pulmonar ou de parte dele. O reconhecimento da presença de zonas pulmonares atelectasiadas é crucial no tratamento fisioterapêutico, pois neste sentido, a medida mais óbvia e imediata é a aplicação de condutas que visem a reexpansão pulmonar.

Enquanto eu pesquisava para elaborar esta postagem um fato curioso me chamou a atenção: Não existe consenso na literatura médica quanto à classificação dos fatores capazes de gerar atelectasias pulmonares. Alguns textos classificam as atelectasias em apenas 2 categorias (simplesmente divididas em atelectasias de absorção e de não absorção), outros textos em 3 categorias ( Passiva, Adesiva e de Reabsorção),e dependendo do autor em até 5 ou mais categorias.

Apesar do objetivo de tratamento ser o mesmo em todos os tipos de atelectasias – ou seja: a reexpansão pulmonar – o conhecimento de algumas peculiaridades relacionadas ao mecanismo causal das atelectasias pode ser de grande ajuda. Vou apresentar a seguir a classificação etiológica das atelectasias dividida em 5 categorias.

Classificação Etiológica:

Atelectasia Obstrutiva: Aparentemente é a única classificação unanime entre os textos. É também a causa mais comum de atelectasia. Ocorre geralmente em doenças que cursam com hipersecreção pulmonar (Pneumonias, bronquiectasia, enfisema, etc). Resulta da reabsorção do gás existente no interior do alvéolo quando a comunicação entre o alvéolo e a traquéia é obstruída. Esta obstrução pode ocorrer tanto ao nível dos brônquios quanto dos bronquíolos. Entre as causas da atelectasia obstrutiva podemos citar: aspiração de corpo estranho, tumor, rolha de secreção, enfim, qualquer causa que impeça a ventilação de um segmento pulmonar. A velocidade de formação e a extensão da atelectasia dependem de vários fatores, incluindo a extensão da ventilação colateral (lembrando que os poros de Kohn e canais de Lambert não estão plenamente funcionais nas crianças, e que algumas doenças também afetam a eficiência da ventilação colateral). Como o mecanismo é bastante parecido com a atelectasia de reabsorção, esta última classificação será omitida.

Atelectasia compressiva: Ocorre por compressão brônquica e/ ou bronquiolar, por tumores intrínsecos e extrínsecos. Atelectasia de compressão ocorre devido a qualquer lesão ocupadora de espaço no tórax comprimindo o pulmão e forçando o ar para fora do alvéolo. Vale registrar que entre as atelectasias compressivas a Sindrome do Lobo Médio Direito, a qual é uma forma de atelectasia crônica que geralmente resulta de compressão do brônquio pelos linfonodos circundantes.

Atelectasia restritiva: Ocorre geralmente por postura antálgica e receio ou incapacidade do paciente realizar inspirações profundas devido a dor geralmente por fratura costal. Outra causa de atelectasia restritiva são as alterações ortopédicas da caixa torácica Ex: escoliose devido doença neuromuscular.

Atelectasia cicatricial: A atelectasia cicatricial resulta da redução do volume pulmonar devido a sequela de cicatrização do parênquima e é geralmente causada por doença granulomatosa ou pneumonia necrotizante.

Atelectasia tensiolítica: Ocorre devido a deficiência de surfactante. o surfactante age reduzindo a tensão superficial do alvéolo, portanto reduzindo a tendência do alvéolo se colapsar. A produção reduzida ou a inativação do surfactante leva à instabilidade alveolar e colapso. Esta é observada mais frequentemente na SARA e em doenças semelhantes causada por alteração na relação tensão superficial e surfactante, a desnutrição grave e prematuridade também podem ser uma causa para este tipo de atelectasia

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