Introdução
De acordo com esse contexto, conseguimos entender a motivação por trás do desenvolvimento dos recursos tecnológicos que hoje chamamos de próteses e órteses. Apesar da sonoridade semelhante, “órteses” e “próteses” não são sinônimos. Tratam-se de dispositivos diferentes, que possuem designs e funções específicas. Como fisioterapeutas, devemos saber diferenciá-los e conhecer os objetivos e indicações desses dispositivos. Para ajudar quem está tendo o primeiro contato com esses dispositivos, resolvi escrever essa postagem. Espero que seja útil.
Estou falando grego?
Já que começamos citando Protágoras, que tal voltarmos à Grécia antiga para entender a origem de algumas palavres?
Próthesis tem origem grega. Pró tem o sentido de “na frente”, “diante de” e thésis, que significa colocar, acrescentar. Assim, no contexto de reabilitação, podemos deduzir que prótese se refere a algo que se acrescenta ao corpo.
Órtese, apesar da semelhança com prótese, tem etimologia muito diversa. Órtese é oriunda da palavra grega orthósis, formada, por sua vez, de orthós, reto, direito, e o sufixo –sis. Este sufixo grego expressa ação, estado ou qualidade. Orthósis, no caso, é a ação de endireitar, de tornar reto, retificar. (para saber mais sobre a origem dos termos, clique AQUI)
Vamos começar com as definições:
O que é órtese?
Uma órtese é um dispositivo aplicado a qualquer parte do corpo, com a função de estabilizar, imobilizar, maximizar a função, prevenir ou corrigir deformidades. Por exemplo: no caso de um paciente com o pé caído devido a uma lesão do nervo fibular comum, uma órtese do tipo AFO (Ankle Foot Orthosis – Órtese Pé-Tornozelo) poderia ser utilizada para estabilizar o tornozelo e manter o pé em posição neutra durante o ciclo da marcha, evitando a marcha escarvante e maximizando a função.
Em geral, nós fisioterapeutas, atendemos pacientes que fazem uso de órteses ortopédicas. No entanto é interessante destacar que nem toda órtese é ortopédica. Uma das funções das órteses é maximizar a função, dessa forma, podemos entender que os óculos de grau podem ser considerados órteses (assim como as lentes de contato), pois dão suporte a função dos olhos, auxiliando na melhoria da acuidade visual.
O que é prótese?
Uma prótese é uma peça ou dispositivo artificial utilizado para substituir um membro, um órgão, ou parte dele, como, por exemplo, prótese dentária, articular, cardíaca, vascular etc. Mais recentemente, além do conceito anatômico, existe também a tendência de considerar como prótese também os aparelhos ou dispositivos de uso externo, destinados a corrigir a função deficiente de um órgão, como no caso das próteses auditivas.
Membros artificiais são o tipo de prótese mais facilmente reconhecida. Se uma pessoa não tiver uma perna, seja devido a uma deficiência congênita ou amputação, ela pode ter um membro protético. Existem também as próteses articulares, ou endopróteses, as quais são inseridas ao corpo por meio de cirurgias, as mais famosas são as cirurgias de artroplastia de quadril e joelho.
Mensagem final
Próteses e órteses podem devolver aos pacientes a funcionalidade dos membros, permitindo que eles executem várias ações que de outra forma seriam desafiadoras ou mesmo impossíveis. Esses dispositivos tem um impacto significativo no nível de independência dos nossos pacientes, permitindo que uma pessoa com deficiência permaneça ativa e produtiva, participando da sociedade com uma vida saudável e digna.