Olá Fisionautas!
O linfedema, ou edema linfático, pode ser definido como uma condição clínica que leva ao acúmulo de líquido extracelular em uma determinada região do corpo devido a distúrbios do sistema linfático. Em condições normais, existe um equilíbrio entre a produção e a drenagem da linfa, no entanto, quando por qualquer motivo a produção supera a drenagem, a linfa se acumula no tecido subcutâneo gerando um edema.
O sistema linfático
A principal função do sistema linfático é a remoção de líquidos dos espaços intersticiais. Após adentrar nos capilares linfáticos o liquido intersticial passa a ser chamado de Linfa. A linfa é um liquido viscoso e transparente com composição semelhante à do plasma sanguíneo, diferindo apenas na concentração de proteínas que é mais baixa. Existe ainda uma grande concentração de leucócitos, principalmente linfócitos, uma vez que o sistema linfático participa de forma ativa na resposta imunológica do organismo.
O linfedema (também chamado de edema linfático) possui características bastante específicas que o diferenciam do edema inflamatório e de edema causado por disfunção de outros órgãos. Quando falamos de disfunção do sistema linfático, é preciso ter em mente que provavelmente estamos diante de sobrecarga desse sistema, resultando em um acúmulo de líquidos e proteínas no tecido celular subcutâneo. O edema decorrente do comprometimento do sistema linfático é resultado de um desequilíbrio das pressões hidrostáticas e oncótica que atuam para mover o liquido para o capilar sanguíneo.
O linfedema é um agravo crônico, que, apesar de não ser curável, pode ser tratado e acompanhado, com ações que podem prevenir suas complicações. Uma vez instalado e não tratado, o linfedema pode se cronificar e interferir na qualidade de vida, causando, além de sequelas físicas, alterações psíquicas e sociais, principalmente quando acomete os membros inferiores, que estão diretamente relacionados com a mobilidade e as atividades de vida diária.
Tratamento do Linfedema
O objetivo de se tratar o linfedema vai muito além de razões estéticas, já que de acordo com a Sociedade Internacional de Linfologia, apesar de não ser possível obter a cura, a redução do volume dos membros minimiza a sobrecarga articular e reduz a presença de dor, facilitando a realização das atividades de vida diária. A falta de controle do linfedema pode levar a infecções repetidas (celulites, linfangites), progressão do aumento do volume do membro, alterações tróficas da pele, invalidez e, em raras ocasiões, o desenvolvimento de um angiosarcoma altamente letal (Síndrome de Stewart-Treves)
O método mais indicado para redução do linfedema, segundo a Sociedade Internacional de Linfologia, é a Terapia Descongestiva Linfática, que consiste em uma associação de drenagem linfática manual, cinesioterapia, enfaixamento e orientações de cuidados e higiene dos membros.
A drenagem linfática manual é uma técnica de compressão manual com manobras lentas, rítmicas e suaves que envolvem a superfície da pele e seguem os caminhos anatômicos linfático do corpo, visando a drenar o edema para vias linfáticas íntegras onde então poderá ser reabsorvido. A drenagem linfática também estimula pequenos capilares inativos; e a aumentar a motricidade da unidade linfática (linfangion) além de dissolver fibroses linfostáticas que podem ser encontradas em linfedemas mais exuberantes. Dessa forma, a drenagem linfática é capaz de promover o equilíbrio hídrico, eliminar resíduos metabólicos e estimular a circulação através de manipulação das vias linfáticas e linfonodos. Esta técnica promove desobstrução da rede linfática e aumento do fluxo e da absorção da linfa, facilitando as trocas capilares e reduzindo edema e linfedemas; além de melhorar a hidratação, nutrição das células e reduzir a probabilidade de fibrose. O tempo ideal é em torno de 30 a 45 minutos
REFERÊNCIAS:
FISIOTERAPIA DESCONGESTIVA NO LINFEDEMA DE MEMBROS SUPERIORES PÓS-MASTECTOMIA: ESTUDO RETROSPECTIVO