A radiografia acima apresenta a luxação total do tálus. Dá um certo nervoso, né? Felizmente essa é uma condição extremamente rara. Essa imagem foi retirada de um artigo publicado em 2020 na revista Cureus intitulado “A Case Report of an Open Pan-Talar Dislocation” (Cureus. 2020 Jul; 12(7): e9274. doi: 10.7759/cureus.9274).
A luxação total do tálus é uma lesão rara (corresponde a 0,06% de todas as luxações e a 2% de todas as lesões talares) é descrita na literatura como deslocamento pan-talar ou “luxatio tali totalis”. Essa luxação é geralmente causada por um trauma de alta energia, como acidentes com veículos motorizados ou quedas de grande altura. Mais comumente, essas lesões são abertas e estão associadas a uma alta taxa de complicações, incluindo necrose avascular do tálus, infecção, artrite pós-traumática e a necessidade de procedimentos secundários.
Por se tratar de uma condição extremamente rara (graças à Deus), não há unanimidade com relação ás recomendações de tratamento ortopédico. POr muito tempo, o tratamento era a talectomia primária com artrodese tibiocalcânea no entanto, a literatura recente defende o desbridamento cirúrgico e reimplante com estabilização.
Independente da falta de publicações, podemos destacara alguns fatos interessantes sobre o tálus que são relevantes para o tratamento de fisioterapia:
[1] A função primordial do tálus é permitir os movimentos de planti e dorsiflexão do tornozelo.
[2] Nenhum músculo se insere no tálus, portanto sua estabilização é realizada apenas por ligamentos.
[3] O tálus é um osso particularmente vulnerável a desenvolver osteonecrose avascular.
Como eu mencionei anteriormente, não fui capaz de encontrar nenhum relato na literatura para o tratamento dessa condição, mas acredito que possivelmente o tratamento seja bem semelhante ao de uma artrodese subtalar, com o paciente evoluindo com bloqueio dos movimentos de planti e dorsiflexão de tornozelo.
Se você já tratou m paciente assim, deixe um comentário, compartilhe essa experiência.
