Em 2004, um acidente de carro deixou a inglesa Marrianne Rooprai tetraplégica aos 27 anos de idade. Ela sofreu uma fratura de C2 e esmagamento de outras duas vértebras, deixando-a paralisada dos ombros para baixo. De repente, sua vida mudou para sempre, precisando aprender a lidar com limitações de mobilidade e uma grande quantidade de outros problemas físicos e psicológicos que uma lesão na medula acarreta.
Infelizmente, para quem trabalha com reabilitação neurológica, a história de Marrianne Rooprai é relativamente comum. No entanto, maneira como ela decidiu encarar sua nova condição foi certamente fora do comum. Diria até que ela é um ponto fora da curva, tanto em termos de sua recuperação funcional quanto em termos de seu nível de ativismo social.
Enquanto ainda estava hospitalizada, ela decidiu que deveria iniciar um projeto direcionado a ajudar pessoas como ela. Pessoas do Reino Unido que sofreram uma lesão medular e precisavam de reabilitação. Assim, em 2005 nasceu o Rooprai Spinal Trust, uma organização totalmente voluntária. Como eu disse, ela iniciou esse projeto enquanto continuava a fazer seu próprio progresso. Atualmente, esse projeto ajuda cerca de 20 pessoas por mês no Reino Unido a terem acesso a programas de fisioterapia por meio de “bolsas de estudo”.
As “bolsas de estudo”
A organização Rooprai Spinal Trust, oferece “bolsas de estudo” para pessoas com Lesão Medular, para que assim possam ter acesso a fisioterapia. Olha gente, nos textos pesquisados, dá a entender que no Reino Unido o tratamento de fisioterapia direcionado a ganho de força muscular e independência funcional não é fornecido pelo NHS (sigla em inglês do Sistema Nacional de Saúde), o equivalente britânico ao SUS (Sistema Único de Saúde) do Brasil. Infelizmente não pude confirmar nem refutar essa minha impressão. Se alguém souber como funciona a reabilitação de lesados medulares pela NHS, por gentileza deixe um comentário.
O progresso das habilidades físicas da fundadora é contínuo e bem documentado. Dá para ver por exemplo, no vídeo abaixo, Marrianne mostra como ela recuperou um pouco da força da parte superior do corpo. No início, ficar em pé e segurar objetos era exaustivo para ela, mas no final do clipe ela está rebatendo bolas de tênis com uma raquete.
Sem dúvidas é o tipo de história inspiradora que nos motiva a sempre fazer o melhor por nossos pacientes. Considero Marrianne uma heroína da vida real. Esse é o tipo de coisa que me motiva e mantém otimista no atendimento de meus pacientes. Espero que essa postagem também lhe motive.
Fontes: