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O conceito Mulligan

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O conceito Mulligan de terapia manual (se pronuncia “Mãlligan”, com o som igual ao “mã” de mamãe) foi desenvolvido por Brian Mulligan, fisioterapeuta neozelandês, membro fundador da Associação Neozelandesa de Terapia Manipulativa. Brian Mulligan desenvolveu o conceito de “Mobilização com Movimento” (do inglês: Mobilization With Movements – MWM´s), o qual envolve a combinação de uma mobilização articular acessória associada ao movimento fisiológico ativo. Este princípio foi descoberto por ele próprio, quase que acidentalmente ao observar a rápida reversão de um disfunção articular dolorosa quando um deslizamento lateral na articulação interfalangeana de um paciente resultou na restauração imediata arco de movimento livre de dor.

Brian Mulligan percebeu que este fenômeno clínico de alívio rápido da dor não obedecia os modelos clássicos de tratamento de articulações e tecidos moles. Sendo assim, iniciou suas pesquisas experimentando diferentes combinações de mobilizações acessórias, sempre buscando formas de recuperar a função e amplitude de movimento de seus pacientes de forma indolor. Os resultados de muitos anos de experimentações resultaram em uma abordagem segura e efetiva de terapia manual ortopédica guiada pelas próprias respostas sintomáticas livres de dor do paciente.

Para saber mais, recomendo a leitura da postagem: Conceito Mulligan – NAGs, SNAGs e MWMs

A dor é sempre o guia (ou pelo menos na maioria das vezes!). A técnica de Mobilização com Movimento bem sucedida resulta em um sinal comparável livre de dor, enquanto melhora significativamente a função.
Um dos pontos mais significativos do conceito Mulligan é a insistência de que todas as mobilizações bem sucedidas devem traduzir-se em um achado comparável original livre de dor e melhora da função. O terapeuta recebe feedback contínuo do paciente durante o tratamento, sob a forma de abolição da dor e consequente melhora da função.

Eu gosto muito deste conceito, foi o primeiro curso de terapia manual que eu fiz depois que me formei e me foi muito útil, principalmente porque na época era um conceito relativamente desconhecido (estou falando de 2001) e principalmente porque o alívio da dor era instantâneo e também porque eu conseguia ganhar bastante arco de movimento na maioria dos pacientes atendidos.

Além disso, é uma técnica que exige conhecimentos básicos (quase rudimentares) de biomecânica para identificar o plano de tratamento a ser utilizado. Isto também foi muito importante para mim na época!!! Eu defendo a idéia de que todo fisioterapeuta deveria fazer ou pelo menos ter noção dos manuseios do Mulligan (NÃO, eu não ganho jabá do Mulligan e nem dou cursos), pois são manuseios muito fáceis e não exigem uma avaliação rigorosa, sendo muitas vezes aplicados na base da tentativa e acerto. Aliás, este é na minha opinião, ao mesmo tempo o ponto forte e fraco deste conceito. É forte pois recém formados ou fisioterapeutas sem muita intimidade com avaliação musculoesquelética conseguem aprender com certa facilidade, e fraco pois certamente uma boa avaliação lhe garante uma visão mais precisa do problema do paciente.

Obviamente o conceito Mulligan não trata tudo, e com o tempo comecei a atender casos cada vez mais cabeludos, o que me obrigou a partir para novos cursos como Maitland, movimento Combinado e Mob. Neural entre outros. Ah!, Naquela época o retorno financeiro foi muito bom e me permitiu fazer ao menos um destes cursos grandes por ano.
Espero falar mais um pouco sobre este conceito em breve.

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